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Novos licenciados: 'Os nossos estudantes serão sempre os melhores enfermeiros do mundo'

 



«Essenciais ao sistema de saúde», foi assim que o Presidente da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) se referiu, no dia 20 de julho, aos enfermeiros, especialmente aos recém-licenciados pela instituição que, após «quatro anos em que tudo aconteceu», se preparavam para fazer juramento perante a comunidade.

Foi a COVID-19, a implementação de um novo plano de estudos e, mais recentemente, o impacto que a greve de docentes da ESEnfC (pela progressão na carreira) teve nas expetativas dos estudantes, evocou o dirigente da instituição, António Fernando Amaral.

Este conjunto de fatores levou, mesmo, o Presidente da ESEnfC a reafirmar, «com maior convicção», que «os nossos estudantes serão sempre os melhores enfermeiros do mundo».«Digo-o, porque tudo o que vivenciaram neste vosso percurso com certeza que vos tornou mais fortes e com maior capacidade de gerir a adversidade e a imprevisibilidade», enfatizou o professor Fernando Amaral, ao discursar para os novos graduados que, com familiares e amigos, enchiam o grande auditório do Convento São Francisco, em Coimbra.

Um mundo «diferente do que era há quatro anos», «em situação de guerra» e com «cenas de elevada violência», que criam «deslocados e novos emigrantes que fogem da fome», mas também «o envelhecimento da população», as «mudanças nos perfis epidemiológicos», o «aumento das desigualdades», as «mudanças políticas que põem em causa a sobrevivência das democracias liberais ocidentais», a «forte transformação do mercado de trabalho e a sua desvalorização», são, segundo o Presidente da ESEnfC, «alguns desafios com que [os novos enfermeiros] vão ter de lidar».

E este cenário «colocará sob pressão os sistemas de saúde e os seus recursos humanos, nomeadamente os enfermeiros, para uma atuação mais próxima das pessoas que vivem estados de cronicidade e de doenças não contagiosas, mais vulneráveis e mais suscetíveis para a relação humana», diagnosticou Fernando Amaral.

Numa outra análise, o Presidente da ESEnfC observou que «a facilidade de acesso à informação vai fazer com que a assimetria existente, entre prestador e consumidor, se esbata», com a consequência de os consumidores exigirem «cuidados mais personalizados e sistemas mais centrados nas pessoas».

«Também levará à criação da ilusão de conhecimento», disse. E isso «será um enorme desafio que se coloca às profissões de conhecimento como a Enfermagem, que necessitam de estar alerta e desmistificar crenças que ainda subsistem sobre a saúde e a doença, mas também as novas crenças que advêm da proliferação de notícias falsas e de informações não fundamentadas».

Por estes e outros motivos, «os enfermeiros são essenciais ao sistema [de saúde]», representando «um investimento com alto retorno», assinalou Fernando Amaral.

Para o Presidente da ESEnfC, «a evidência mostra que a existência de um número de horas de cuidados de enfermagem adequado diminui a mortalidade ajustada em doentes cirúrgicos, diminui a demora média de internamento, diminui a taxa de reinternamentos».

«Neste ambiente», concluiu o professor Fernando Amaral: «é essencial que cada um de vós construa uma narrativa e uma prática capaz de explicitar o que vos distingue e quais os resultados que as pessoas podem obter exclusivamente com o que fazem».

[2024-07-23]


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