A professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Cristina Maria Figueira Veríssimo, prestou recentemente provas de doutoramento em Enfermagem, na Universidade Católica Portuguesa, tendo sido aprovada ao defender a tese “Violência Contra as Pessoas Idosas na Comunidade. Desafios e Prioridades para a Ação dos Enfermeiros".
O trabalho académico, feito no período pré-pandemia de COVID-19, utilizou uma amostra de 427 pessoas idosas (com uma média de idades de 72,2 anos) residentes no município de Coimbra, todas a viverem em ambiente domiciliário.
Constatou-se que esta população é, sobretudo, vítima de violência psicológica e financeira, seguindo-se a negligência, a violência física, as lesões físicas e a violência sexual. E que os agressores se encontram maioritariamente no seio da família.
Quanto ao estudo da prevalência da violência no último ano e ao longo da vida, os resultados do estudo da professora da ESEnfC (da Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem de Saúde Pública, Familiar e Comunitária) mostraram que, no último ano, ela se situou nos 39,4% para a violência global, sendo que, ao longo da vida, se constatou um aumento em todos os tipos de violência e na violência global (41,7%).
A finalidade deste estudo, cuja defesa aconteceu no dia 31 de maio, «é servir de base a abordagens multidisciplinares que permitam estruturar atividades, instrumentos e mecanismos para prevenir e gerir o fenómeno, nomeadamente, fornecer contributos para que os enfermeiros possam responder às necessidades das pessoas idosas e suas famílias e da comunidade onde se inserem, contribuindo assim para a implementação de boas práticas preventivas», lê-se na tese.
Cristina Veríssimo nota que, tendo «os resultados deste trabalho» sido «anteriores ao período pandémico», as «pessoas idosas que ficaram em isolamento, ou confinadas com elementos da família e/ou cuidadores, podem ter enfrentado maior risco de violência, pelo que é necessário dar continuidade ao estudo desta problemática».
[2024-07-19]