O Presidente da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Fernando Amaral, advertiu, no dia da instituição (17 de março), para o descontentamento do pessoal docente em matéria de progressão remuneratória e de carreira.
Ao elogiar as pessoas como o «principal ativo» das organizações – «não há instituições, e muito menos escolas, sem pessoas», disse –, Fernando Amaral notou que o cumprimento do objetivo de querer «pessoas satisfeitas e felizes» nem sempre «está nas mãos» de quem dirige.
Para o Presidente da ESEnfC, além da necessidade de «suprir faltas e rejuvenescer» a classe docente, «é também a injustiça que o sistema de progressões tem provocado» que «afeta a satisfação» nos professores.
«Como é que é possível ter alguém satisfeito quando se encontra na mesma categoria e no mesmo índice remuneratório há 15 e mais anos», questionou Fernando Amaral. Daí que seja necessário «com urgência», segundo frisou, «que a tutela responda às nossas inquietações, já colocadas há muito tempo».
«Estamos a fazer o nosso trabalho neste aspeto, mas aceito que a paciência tem limites e que não faz sentido que, desde 2018, altura em que foram descongeladas as progressões, ainda nenhum membro do Governo tivesse cumprido o que está expresso no estatuto da carreira docente» (artigo 35º - C do Estatuto da Carreira do Pessoal Docente do Ensino Superior Politécnico), esclareceu o Presidente da ESEnfC.
«Apesar disso», Fernando Amaral agradeceu a toda a comunidade educativa, «porque ainda ninguém deitou a camisola ao chão».
O valor da cooperação
Noutro momento do discurso, o Presidente da ESEnfC destacou a importância da investigação, que «alimenta a cooperação» e que «ambas contribuem para a competitividade».
Ao referir-se à «consolidação de uma cultura de cooperação, interna e externa», que dependerá «do dinamismo e das ações de cada uma das pessoas que compõem esta comunidade», Fernando Amaral notou que «é por via da cooperação que temos em movimento um volume de financiamento em projetos competitivos de quase dez milhões de euros». Que «é pela cooperação que conseguimos que 33% dos nossos estudantes realizem, durante a sua graduação, um período de mobilidade no estrangeiro» e que é, também devido a ela, que «podemos oferecer, em associação com a Universidade de Coimbra, o grau de doutor em Enfermagem».
O dia 17 de março, Dia da Escola, evoca não só o momento que marca a publicação, em 2006, dos primeiros estatutos que consagraram a fusão das escolas superiores de Enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca e de Bissaya Barreto, que lhe deram origem, como também os 142 anos de ensino de Enfermagem: 1881 é o ano da criação (a 17 de outubro) da Escola dos Enfermeiros de Coimbra, primeira no país.
A cerimónia do Dia da Escola, iniciada com um momento musical por Beatriz Maia e Gustavo Afonso, compreendeu as habituais mensagens de aniversário – além do professor Fernando Amaral, intervieram a presidente da Associação de Estudantes, Bárbara Pereira Sousa, e a enfermeira e antiga bastonária Maria Augusta Sousa (em representação da presidente do Conselho Geral da ESEnfC, Catarina Resende de Oliveira) – e a homenagem aos funcionários e funcionárias da instituição que completaram 50 e 25 anos de serviço, bem como aos recém-aposentados e recém-aposentadas.
Houve, ainda, como é costume, a atuação da Tuna de Enfermagem de Coimbra e da Tuna Académica Masculina de Enfermagem de Coimbra.
[2023-03-21]