A professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Irma Brito, dinamizou, entre os dias 4 e 12 de janeiro, na Escola de Enfermagem Anna Nery (Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ), um workshop «para iniciar a implementação do modelo “PEER-IESS, Instituições de Ensino Superior Salutogénicas” em vários estabelecimentos no Brasil, com o intuito de «facilitar a cocriação de estratégias alinhadas com o movimento das Universidades Promotoras de Saúde».
Irma Brito (segunda na foto) com colegas de instituições brasileiras
O modelo a pôr em pática, desenvolvido por Irma Brito e pelo psicólogo Fernando Mendes, recomenda a «criação de um grupo de representantes da comunidade académica (estudantes, funcionários e líderes comunitários)» que, através da metodologia de Pesquisa-ação Participativa, «fazem o diagnóstico de situação de saúde e acionam processos de conscientização, advocacia em promoção da saúde e reorganização de serviços».
No workshop, dinamizado por Irma Brito e por mais duas colegas do Brasil, Lina Berardinelli (Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ) e Donizete Daher (Universidade Federal Fluminense - UFF), participaram 35 pessoas, entre «estudantes, docentes e profissionais com liderança comunitária».
Além da UFRJ, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e da UFF, estiveram também presentes representantes de instituições de outras regiões do Brasil: Universidade do Estado do Pará, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal do Paraná, Universidade Salgado de Oliveira, Centro Universitário Augusto Motta – UNISUAM, Universidade Estácio de Sá, Hospital Estadual Tavares de Macedo, Universidade Estácio de Sá, Hospital Estadual Tavares de Macedo.
De acordo com a docente da ESEnfC, «todos os participantes» se mostraram «motivados a levar para as suas instituições este movimento participativo e assegurar que o caminho será no sentido dos princípios das Universidades Promotoras de Saúde (UPS)», que passam, por exemplo, por «incluir na sua missão e ter em funcionamento um programa de promoção da saúde», por «dispor de um diagnóstico de saúde atual com informação útil para a tomada de decisão e/ou para conceção de programas de intervenção», e por haver «investimento em ações de saúde, nomeadamente infraestruturas ou projetos que promovam ambientes saudáveis e ações substantivas destinadas a promover a saúde».
Uma UPS deve, ainda, «dispor de instalações para o consumo de alimentos em boas condições de salubridade, ter no currículo dos cursos e nos programas de educação contínua para os trabalhadores disciplinas ou seminários que promovem uma cultura de saúde, ministrados por professores especializados», mas também «ter organizações estudantis para empreender iniciativas de promoção da saúde» e «acordos e/ou convenções relativas à promoção da saúde», refere Irma Brito.
Professora coordenadora, ligada à Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem de Saúde Pública, Familiar e Comunitária, vice-diretora do Centro Colaborador da OMS para a Prática e Investigação em Enfermagem, sediado na ESEnfC, Irma Brito coordena a rede internacional de pesquisa-ação participativa no ensino superior denominada Peer-education Engagement and Evaluation Research (PEER), que envolve a Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E) e o IREFREA Portugal, sendo ainda membro do Comité Executivo da International Collaboration for Participatory Health Research (ICPHR).
Em outubro de 2022, a ESEnfC coorganizou (com o Politécnico de Coimbra) o X Congresso Ibero-americano de Universidades Promotoras da Saúde, que teve lugar no Convento São Francisco.
[2023 -01-20]