A professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Irma da Silva Brito, considerou, hoje, que «os processos de implementação do conceito de Universidade Promotora de Saúde têm sido muito verticalizados dentro das instituições e pouco cooperativos» entre estabelecimentos de ensino superior, defendendo um trabalho mais integrado.
Irma da Silva Brito à direita de Antoni Aguiló, presidente da Rede Espanhola de Universidades Saudáveis
Para a especialista em Saúde Pública e Comunitária, que participava no X Congresso Ibero-americano de Universidades Promotoras da Saúde, que hoje começou em Coimbra (no Convento São Francisco), é ainda «urgente e necessário maximizar a participação das pessoas cuja vida, processos de saúde/doença, ou trabalho, é o foco das intervenções, ou seja, a comunidade académica».
Irma da Silva Brito, que com Antoni Aguiló (presidente da Rede Espanhola de Universidades Saudáveis) coordenou o workshop “Avaliação do impacto das ações das Universidades Promotoras da Saúde”, que hoje decorreu de manhã, adverte também que «há pouca evidência do impacto das ações nas Universidades Promotoras da Saúde».
«Porque é que se insiste em fazer, se não se consegue medir?», questionou a docente da ESEnfC, num workshop participado por algumas dezenas de investigadores ibero-americanos que, ao longo de três dias, se propõem debater questões relacionadas com a saúde e a sustentabilidade no ensino superior.
Como ativar a participação da comunidade académica para estar em todas as etapas do processo? Como superar a barreira de muitos estudos sobre Universidades Promotoras de Saúde serem publicados apenas na língua regional e/ou em literatura cinzenta? Das categorias científicas de validade e generalização identificadas, quais são as que podem ter consenso institucional e interinstitucional? Estas foram outras questões de partida para o debate.
Pós-doutorada em Ciências de Enfermagem, Irma da Silva Brito é codiretora do Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Prática e Investigação em Enfermagem sediado na ESEnfC, representando a Escola no Comité Executivo de International Collaboration on Participatory Health Research (ICPHR), onde coordena o grupo de trabalho internacional Educação em Pesquisa-ação Participativa em Saúde (PaPS).
Irma Brito coordena o projeto de investigação PEER que integra equipas de vários países lusófonos, no âmbito do qual se enquadra o conhecido e bem-sucedido projeto de sensibilização para os riscos em contexto de recreação noturna, Antes que te Queimes.
Coordenadora científica do livro “Pesquisa-Ação Participativa na Co-Criação de Instituições de Ensino Superior Promotoras de Saúde”, obra lançada em 2018, com a chancela da Palimage, e que retrata oito experiências nesta área, de outros tantos estabelecimentos, públicos e privados, dos subsistemas universitário e politécnico em Portugal, Irma da Silva Brito é responsável pela regência de disciplinas como Saúde Escolar e Metodologias de Investigação em Enfermagem Comunitária.
O X Congresso Ibero-americano de Universidades Promotoras da Saúde, subordinado ao tema "Ensino Superior, Promoção da Saúde e Desenvolvimento Sustentável", é uma organização conjunta da Rede Ibero-americana de Universidades Promotoras de Saúde (RIUPS), da ESEnfC e do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), que conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República Portuguesa.
[2022-10-10]