A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) está a liderar um projeto internacional que tem como objetivo melhorar as competências em prevenção e controlo de infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS), e bem assim no combate à resistência antimicrobiana, junto de estudantes de enfermagem de instituições de ensino superior asiáticas.
Cofinanciado por fundos da União Europeia (cerca de 905 mil euros), no âmbito do Programa Erasmus +, o projeto conta com seis instituições parceiras: ESEnfC (que coordena), Universidade Internacional e Instituto Bolyno (no Cambodja), Universidade de Enfermagem Nam Dinh, Universidade Técnica Médica de Hai Duong (no Vietname) e Universidade de Ciências Aplicadas de Savónia (Finlândia), que possui experiência acumulada no ensino simulado em enfermagem, em concreto na criação de materiais pedagógicos naquela área de intervenção.
De acordo com o professor da ESEnfC, João Graveto, coordenador do projeto Capacitating Asia's Nursing Students on Innovative and Sustainable Prevention and Control of Healthcare-associated Infections [PrevInf], «acrescentar valor nos currículos dos cursos de enfermagem e de saúde nas universidades asiáticas (licenciaturas e mestrados), através da incrementação de métodos educacionais inovadores, desenvolvendo materiais pedagógicos específicos para a área da prevenção e controlo de infeções» – será criado um modelo pedagógico, cenários de simulação, uma escala validada para avaliar a perceção dos estudantes no que respeita ao ensino-aprendizagem neste âmbito temático, um E-Book e um website interativo, bem como diversa produção científica –, constitui um dos propósitos do trabalho que agora se está a iniciar e que se prolongará até janeiro de 2024.
Segundo o docente, «existirá um ativo envolvimento de estudantes» daquelas universidades, «bem como de toda a comunidade educativa, na melhoria e criação de novos indicadores» em países cuja «incidência de IACS, ou infeções adquiridas em instituições de saúde, é expressivamente maior» do que nos países europeus.
E «esta realidade é agravada pelo aumento da vulnerabilidade» das populações à «poluição atmosférica nestes países», acrescenta o professor da ESEnfC, ao notar que tal situação acarreta «necessidades específicas de saúde» dos habitantes, por exemplo no Cambodja.
Por outro lado, também a resistência antimicrobiana é uma ameaça à saúde da população mundial. Segundo revelou, em 2019, a Organização Mundial da Saúde, «se nenhuma ação adicional for tomada», este problema «deverá causar até 10 milhões de mortes por ano até 2050», sendo que «4,5 milhões dessas vidas perdidas seriam na região da Ásia-Pacífico» (relatório do Escritório Regional para o Pacífico Ocidental).
A equipa coordenadora do projeto Capacitating Asia's Nursing Students on Innovative and Sustainable Prevention and Control of Healthcare-associated Infections [PrevInf] (Capacitando estudantes de enfermagem da Ásia em inovadoras e sustentáveis formas de prevenção e controlo de infeções associadas aos cuidados de saúde [PrevInf]) é composta por João Graveto, Pedro Parreira, Anabela Salgueiro-Oliveira, Lurdes Lomba, Paulo Santos-Costa e Beatriz Serambeque.
De 1005 consórcios de universidades que, em 2020, se candidataram ao Programa Erasmus +, no âmbito da ação-chave Cooperação para a inovação e intercâmbio de boas práticas – Capacitação no domínio do ensino superior, este é um dos 164 projetos (16% do total de candidatos) que foram selecionados e financiados.
A reunião de lançamento do projeto PrevInf, com a participação oficial de todos os parceiros/universidades do consórcio, decorre numa sessão online que começa amanhã (dia 3 de fevereiro) e se estende até sexta-feira.
[2021-02-02]