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Estudo sobre bem-estar durante o surto da COVID-19: possibilidade de não conseguir completar com sucesso o ano letivo é grande preocupação dos estudantes da ESEnfC

 

A maioria dos alunos da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) que participaram num recente estudo internacional sobre o bem-estar dos estudantes do ensino superior no contexto da pandemia de COVID-19 (COVID-19 International Student Well-being Study) revelou-se preocupada (85,2%) com a «possibilidade de não conseguir completar com sucesso o ano letivo» e considerou «a mudança dos métodos de ensino que teve lugar» como «causadora de stresse (67,3%)».

 

 ESEnfC retomou, no dia 25 de maio, as aulas de prática laboratorial

 

Embora em confinamento, «a prática de atividade física [destes estudantes] aumentou, sendo quase o dobro o número dos que praticam atividade moderada (59,4%), como andar de bicicleta ou caminhar pelo menos 30 minutos diariamente ou quase diariamente, comparativamente com os que o faziam anteriormente (33%)», revelam as professoras Beatriz Xavier e Ana Paula Camarneiro, respetivamente especialistas em Sociologia e em Psicologia Clínica e da Saúde, que coordenaram o estudo na ESEnfC e cujos resultados preliminares agora apresentam.

Neste estudo, liderado a nível internacional pela Universidade de Antuérpia (Bélgica) – participaram mais de 50 universidades de 27 países –, os estudantes da ESEnfC afirmam, ainda, terem reduzido os consumos de álcool e de tabaco. Os que nunca fumaram passaram de 80,7% para 90,1%, enquanto os que nunca beberam subiram de 42,8% para 79,1%.

Os resultados do questionário acerca da saúde e bem-estar dos estudantes do ensino superior durante o surto da COVID-19, que esteve disponível de 27 de abril a 18 de maio, confirmam que «a pandemia trouxe mudanças significativas na vida dos estudantes, desde a mudança de local da sua residência semanal ao aumento de ansiedade e stresse», referem as docentes da ESEnfC, tendo por base as respostas de 425 estudantes da instituição de Coimbra.

 

70% sentiram falta de companhia e convívio

«Antes do surto da COVID-19, cerca de 29% dos estudantes viviam com os seus pais, tendo, com a pandemia, ficado nessa situação 88,2% dos estudantes inquiridos», constatam Beatriz Xavier e Ana Paula Camarneiro, ao assinalarem, de igual modo, que «o contacto com os amigos, online e offline, diminuiu em 64% dos casos desde a implementação das primeiras medidas contra a COVID-19».

Mais: «70,4% dos estudantes referiram sentir falta de companhia e convívio».

Outro dado do questionário revela que 47,5% dos estudantes da amostra dizem estar satisfeitos com a forma como a ESEnfC implementou as medidas de proteção face à COVID-19.

Ainda de acordo com os resultados preliminares deste estudo, 24,9% dos estudantes da ESEnfC que responderam ao questionário «conhecem alguém na sua rede de relações pessoais que tenha sido infetado com o vírus, na maioria dos casos com sintomas ligeiros, mas outras situações mais graves, e mesmo de falecimento, são conhecidas de forma próxima», relatam as docentes.

Por outro lado, constata-se uma forte adesão dos estudantes às medidas implementadas pelo Governo (79% disseram segui-las estritamente), que se mostram «muito preocupados quanto a ficarem infetados e doentes, bem como em relação aos familiares», sublinham Beatriz Xavier e Ana Paula Camarneiro.

 

[2020-06-02]


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