Desde o dia 12 de março com as atividades académicas presenciais canceladas, em virtude das medidas de contenção exigidas pelo surto epidémico do novo coronavírus, a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) está a assegurar ensino à distância aos estudantes de licenciatura. As aulas presenciais teóricas e teórico-práticas estão a ser substituídas por aulas em formato digital, estando os estudantes abrangidos – excetuam-se os que neste período estariam em práticas clínicas, que foram suspensas – a participar «com muito interesse» e com «taxas de assiduidade muito elevadas».
ESEnfC aderiu à plataforma Colibri, disponibilizada pela FCT-FCCN
Quem o diz é o professor Manuel Chaves, vice-coordenador da Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem Fundamental, segundo o qual não se verificaram dificuldades ao nível de «recursos técnicos para as aulas em formato e-learning por parte dos estudantes», dispondo todos «de internet nos seus domicílios» e todos dominando «os programas de comunicação utilizados».
«As dificuldades que surgem do lado dos estudantes», ressalva o docente, «são maioritariamente dos trabalhadores-estudantes, que têm uma menor assiduidade às aulas online».
Formação urgente para todos os docentes
Na ESEnfC, o corpo docente está a utilizar a plataforma de ensino a distância Colibri, disponibilizada pela Unidade de Computação Científica Nacional da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT-FCCN), que permite realizar sessões de videoconferência com capacidade para 300 participantes por sessão, a partilha de áudio, vídeo, texto, imagens, quadro branco e ecrã. As sessões podem, ainda, ser gravadas, para registo e disponibilização posterior, através do serviço Educast, ferramenta igualmente disponibilizada pela FCT-FCCN.
«A ESEnfC aproveitou muito bem os primeiros dias de março, implementando uma formação urgente para todos os docentes, realizada por professores peritos na utilização de aprendizagem eletrónica juntamente com o Serviço de Informática da ESEnfC», que, cumulativamente com «a instalação dos programas nos computadores pessoais», minimizou muito «as dificuldades sentidas habitualmente nestes processos de inovação didático-pedagógica», considera Manuel Chaves.
O professor da ESEnfC, que é doutorado em Ciências da Educação, nota, porém, que «as atividades letivas que foram repentinamente adaptadas para a versão online, e que se encontravam já numa fase avançada de realização, estão a ser mais fáceis de gerir» do que «as atividades que se encontravam na sua fase inicial de desenvolvimento», que «serão mais difíceis de concretizar».
Alunos auscultados previamente
Também a professora Conceição Alegre de Sá, que desde o início deste processo contactou os alunos «para os informar das alterações no modo como iriam decorrer as aulas» e no «acompanhamento do seu trabalho autónomo e da avaliação da unidade curricular (Gestão do Autocuidado Terapêutico)», entretanto já terminada, auscultando-os simultaneamente sobre os recursos de que dispunham para acederem às aulas e para a realização da pesquisa em bases de dados», considera que «as aulas têm corrido muito bem» e «com um feedback muito positivo dos estudantes».
A docente doutorada em Enfermagem explica que «as orientações dos trabalhos decorreram de forma individualizada, com marcação prévia, o que permitiu uma rentabilização do tempo, quer do professor, quer dos estudantes».
«A ESEnfC fez um esforço enorme para que os estudantes pudessem ter acesso à B-on (Biblioteca do Conhecimento Online) com a utilização da ferramenta VPN (rede virtual privada), de modo a permitir a realização de trabalhos de pesquisa em tempo útil», refere Conceição Alegre de Sá, ao assegurar que «as aulas foram lecionadas no horário previsto, de acordo com o planeamento da unidade curricular, com recurso ao Zoom (aplicativo de software para videoconferência)».
A professora Conceição Alegre de Sá observa que, «na opinião dos estudantes, foi ótima a solução encontrada para a lecionação das aulas», ainda que os discentes tenham sentido «falta da interação em sala de aula para o debate de ideias».
De acordo com o professor Manuel Chaves, «uma dúvida e uma preocupação generalizada entre todos os estudantes é a incerteza do cumprimento e a adaptação a realizar ao calendário escolar até ao final do ano letivo e, possivelmente, no início do próximo ano letivo».
Mas «os estudantes sentem que a ESEnfC está a fazer tudo o que está ao seu alcance, reconhecem o enorme envolvimento manifestado por todos os professores, reorganizando e ajustando as atividades, minimizando as consequências da crise provocada pelo COVID-19 nos estudantes, com o objetivo de manter o nível de ensino-aprendizagem previsto», salienta, ainda, Manuel Chaves.
[2020-03-31]