A Presidente da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Aida Cruz Mendes, afirmou, no dia abertura solene das aulas, que ter «2.200 estudantes matriculados nos diferentes cursos, provenientes de diversas regiões do país e de diferentes países, com diferentes backgrounds e experiências de vida, é muito bom», mas que a «capacidade de receção de mais estudantes para o 1º ciclo de formação (licenciatura) está esgotada».
Ao discursar, no dia 9 de outubro, para um auditório repleto de alunos e docentes, a Presidente da ESEnfC notou que, em 2019, a instituição recebeu «mais 356 novos estudantes para a licenciatura», curso ao qual se candidataram «quatro vezes mais estudantes do que as vagas disponíveis».
Porém, e «apesar da boa colaboração que temos com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e a Administração Regional de Saúde do Centro», algumas dificuldades subsistem «para que mais estudantes possam usufruir de condições favoráveis à aprendizagem em ambiente clínico na nossa região», salientou Aida Cruz Mendes.
É que, embora «esta formação também se possa fazer em outras regiões e noutros países» – sendo até mesmo desejável que se faça –, «a formação em locais distantes da nossa cidade tem custos acrescidos nem sempre possíveis de suportar para alguns estudantes», reforçou a dirigente da maior escola de enfermagem do país.
Face a estes «constrangimentos», a Presidente da ESEnfC defendeu que o «objetivo de expansão» da comunidade estudantil «deve ser direcionado para a formação pós-graduada».
Qualificação do corpo docente, unidade de investigação classificada com muito bom, sistema interno de garantia da qualidade certificado, todos os cursos acreditados pela A3ES são «condições objetivas» para que, na ótica de Aida Cruz Mendes, permitem à ESEnfC «reclamar o direito de poder, de forma integrada e completa, oferecer todo o percurso formativo que os enfermeiros e a disciplina de enfermagem necessitam para o seu desenvolvimento».
Reafirmando o que noutros fóruns vem defendendo, Aida Cruz Mendes referiu que «ouvir a sociedade, a profissão, os representantes de doentes e outros interessados na área da saúde, é um impetrativo», mas que «a responsabilidade de gerar planos curriculares inovadores é, e deve continuar a ser, das escolas de ensino superior».
«A formação pós-graduada é um imperativo para o desenvolvimento da enfermagem e para a manutenção da qualidade de cuidados. Aos enfermeiros devem ser dadas condições para que possam continuar a formar-se ao longo da vida. À academia deve ser garantida a possibilidade de o fazer», salientou a Presidente da ESEnfC, numa cerimónia marcada, ainda, pela entrega dos prémios de mérito académico Marta Lima Basto (dirigidos aos estudantes da licenciatura em Enfermagem com as melhores médias) e dos prémios aos vencedores do 16º Poliempreende - concurso regional 2019.
Antes dos discursos da presidente da Associação de Estudantes da ESEnfC, Carolina Alves, e do presidente do Conselho Geral da instituição, José Pereira Miguel, coube ao professor Alfredo Cruz Lourenço proferir a lição inaugural da cerimónia de abertura das aulas, intitulada “Desafios no ensino de Enfermagem: algumas questões sobre aprendizagem em contexto de ensino clínico”.
[2019-10-14]