Combinar imagens virtuais com imagens do mundo real e utilizá-las para facilitar a aprendizagem dos estudantes de Enfermagem ao nível da realização de procedimentos clínicos invasivos.
Este é o objetivo do projeto europeu ARSim2Care - Aplicação de Realidade Aumentada em Simulação Clínica, no qual a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) está a participar, com outras duas instituições de ensino superior e uma empresa de engenharia informática: a Universidade Pública de Navarra (Espanha), que lidera o plano de trabalho, a Erasmus Hogeschool de Bruxelas (Bélgica) e a iAR - Industrial Augmented Reality (Espanha).
O consórcio está a construir um software que permitirá aos estudantes «visualizar, virtualmente, com recurso a óculos de realidade aumentada, estruturas anatómicas internas do corpo humano que até então lhes estariam inacessíveis», explica o professor da ESEnfC, Rui Negrão Baptista, responsável na instituição portuguesa pelo projeto ARSim2Care, ao notar que, desta forma, os estudantes poderão «compreender melhor o procedimento que estão a realizar».
Habitualmente, os estudantes de Enfermagem desenvolvem habilidades técnicas com a ajuda de simuladores de baixa fidelidade de corpo inteiro e/ou simuladores que reproduzem uma parte do corpo humano (task trainers). Porém, perante a realização de técnicas invasivas, «os formandos não têm uma visão da progressão interna do procedimento que estão a realizar e são, em certa medida, forçados a imaginar as estruturas anatómicas internas», prossegue Rui Negrão Baptista.
A introdução da realidade aumentada vem, assim, resolver esta dificuldade encontrada na aprendizagem de procedimentos invasivos com modelos anatómicos.
Esta nova ferramenta, vocacionada também para os estudantes de ciências da saúde, pretende integrar a realidade aumentada em cinco procedimentos: injeção intramuscular, inserção de cateter nasogástrico, colheita de sangue arterial para gasometria, aspiração de secreções por traqueostomia e intubação orotraqueal.
O objetivo final do projeto, que obteve financiamento do programa da União Europeia, Erasmus +, é que as instituições de ensino superior europeias em ciências da saúde integrem esta ferramenta no contexto das suas práticas simuladas.
Rui Negrão Baptista já propôs a inscrição do ARSim2Care na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem, que é acolhida pela ESEnfC.
[2019-03-12]