Especialistas portugueses, da Noruega e dos Estados Unidos da América (EUA) reunidos, durante a última semana, na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), discutiram a possibilidade de criação de um curso internacional de pesquisa-ação participativa em saúde (PaPS), em formato b-learning, envolvendo várias instituições e países e proporcionando oportunidades de aprendizagem compartilhada, de intercâmbio de ideias e job shadowing (observação em contexto de trabalho).
A proposta surge como resultado da experiência de formação neste domínio, no âmbito da missão do consórcio International Collaboration For Participatory Health Research (ICPHR), concretamente com a oferta, já disponibilizada em vários países, e seguindo a mesma metodologia, de um curso de PaPS. Tal vem a suceder na Universidade de Northumbria em Newcastle (Reino Unido), na Universidade Católica de Ciências Aplicadas de Berlim (Alemanha), na Universidade de Alberta (Canadá) e na ESEnfC (Portugal).
De acordo com a professora doutora Irma Brito, docente da ESEnfC membro da ICPHR e responsável no consórcio pela formação em PaPS, este paradigma de pesquisa «é cada vez mais útil nas áreas social, de saúde e de educação».
Na reunião, realizada no dia 27 de setembro na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), participaram Márcia Cruz (Escola Superior de Enfermagem do Porto), Anne-Martha Utne Øygarden (Department of Nursing and Health Promotion in Oslo and Akershus University College of Applied Sciences), Irma Brito (ESEnfC), Payam Sheikhattari (Morgan State University, School of Community Health and Policy, Baltimore, EUA), Ray Baylor (Ground Root Inc), Heidi M. Kvalvaag (Akershus University College, Faculty of Health Sciences, Department of Nursing and Health Promotion, Oslo, Noruega) e Fernando Wagner (University of Maryland, School of Social Work, Baltimore, EUA) – todos na foto. Estiveram, ainda, presentes, Manuel Alves Rodrigues (coordenador científico da UICISA: E), António Amaral (coordenador do Gabinete de Relações Nacionais e Internacionais da ESEnfC) e Fernando Mendes (psicólogo e presidente do IREFREA Portugal).
A pesquisa-ação participativa em saúde (PaPS) «visa maximizar a participação das pessoas cuja vida, processos de saúde/doença ou trabalho constituem o tema da investigação, em todas as etapas do processo de pesquisa», refere Irma Brito. Isto é, desde a formulação da questão de pesquisa e objetivo, passando pelo desenvolvimento de um projeto de pesquisa e pela seleção dos métodos adequados para a colheita e análise de dados, até à implementação da pesquisa, interpretação e divulgação dos resultados.
«Entendemos que, nas práticas de saúde, envolver as pessoas no processo de pesquisa facilita a objetivação das necessidades sentidas, mas também das necessidades reais não sentidas, dimensões muito importantes sobretudo quando se trata de promoção da saúde», diz, ainda, Irma Brito.
[2017-10-04]