A Presidente da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Maria da Conceição Bento, defendeu, no dia 24 de fevereiro, que «a grande meta para o ensino da saúde não podia ser outra senão a de dispormos, nas instituições de ensino politécnico da saúde, de laboratórios de simulação», que incorporem «desde modelos de equipamento para treino de simples tarefas, como braços para administração de perfusões e medicação intravenosa, até simuladores de pessoa humana de alta-fidelidade, para a aprendizagem da tomada de decisão em cenários de elevada complexidade».
A Presidente da ESEnfC, que intervinha no VI Fórum Politécnico, que teve por tema a “Simulação e Formação Interprofissional na Saúde”, e no qual esteve presente a secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Fernanda Rollo, enumerou um conjunto de vantagens resultantes da aprendizagem por simulação, como o «aumento das oportunidades dadas aos estudantes para se familiarizarem com as competências clínicas antes de as consolidarem na prática clínica real», o contacto com «experiências que farão parte da prática no mundo real dos cuidados de saúde», ou a possibilidade de «o aluno pensar espontaneamente e de forma mais ativa do que passiva».
Ana Abrunhosa, Maria da Conceição Bento, Fernanda Rollo e Nuno Mangas
Por outro lado, prosseguiu Maria da Conceição Bento, a simulação «fornece oportunidades aos estudantes de cometerem erros num cenário seguro», transformando esses erros em «oportunidades de aprendizagem», mas também «permite a demonstração dos conceitos fisiológicos de forma mais fácil do que lendo os manuais», além de que «melhora a capacidade de visualizar as respostas fisiológicas às medicações e intervenções de Enfermagem».
Apesar dos «benefícios evidentes», a Presidente da ESEnfC notou que «a incorporação da simulação como estratégia na implementação dos currículos de Enfermagem tem custos associados à manutenção dos centros de simulação, o que pode constituir um grande desafio, dado tratar-se de um investimento muito elevado e para responder ao qual necessitamos de encontrar, eventualmente no quadro dos programas de financiamento europeu, os recursos necessários».
A eventual criação de unidades móveis de simulação como forma de acesso de todas as escolas politécnicas de saúde ao ensino por simulação, ou a existência de redes e de parcerias que facilitem, igualmente, a formação contínua dos profissionais de saúde, foram algumas ideias partilhadas no VI Fórum Politécnico, realizado pela ESEnfC em articulação com a Sociedade Portuguesa de Simulação Aplicada às Ciências da Saúde (SPSim).
Nuno Mangas, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Miguel Castelo Branco, presidente da SPSim, e Ana Abrunhosa, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, foram outras personalidades convidadas para a sessão de abertura do VI Fórum Politécnico.
Discutir ideias, projetos de I&D (investigação e desenvolvimento) e atividades em curso orientadas para o desenvolvimento da simulação no ensino de profissionais de saúde, com vista à melhoria contínua da qualidade e segurança nas respostas em saúde aos cidadãos, constituíram objetivos da sexta edição do Fórum Politécnico.
O Fórum Politécnico é uma iniciativa promovida pelo CCISP, em colaboração com o Programa de Modernização e Valorização dos Institutos Politécnicos, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
[2017-02-27]