A Presidente da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) considera que «a formação de enfermeiros deve ser de natureza universitária e que deve decorrer no mesmo contexto onde se formam os profissionais de saúde com quem os enfermeiros virão a trabalhar em equipa».
A proposta de uma educação universitária e interprofissional para os enfermeiros foi defendida por Maria da Conceição Bento durante a sessão solene comemorativa dos 135 anos de história da ESEnfC, realizada, no dia 22 de outubro, no Centro de Convenções do Convento de São Francisco, e na presença de responsáveis pela Universidade de Coimbra e pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), respetivamente o vice-reitor Joaquim Ramos de Carvalho e o presidente do Conselho de Administração, José Martins Nunes.
Momentos antes, Maria da Conceição Bento sublinhou que «é com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra», a cujo presidente entregou a medalha de ouro de conhecimento e mérito da ESEnfC, que a instituição espera «vir a integrar os novos centros académicos clínicos, criados para a melhoria da articulação entre as funções assistenciais, de ensino, de formação pré e pós-graduada e de investigação em universidades, institutos politécnicos e laboratórios do Estado».
Para a Presidente da ESEnfC, «uma escola universitária garantirá que o ensino da Enfermagem – licenciatura, mestrado e doutoramento – aconteça de forma articulada, num contexto onde se ensina e investiga e que permite aprender na e pela investigação», dando lugar à «legitimação, quer dos diplomas académicos nos graus correspondentes, quer do conhecimento produzido».
Maria da Conceição Bento defendeu uma «aprendizagem em sistemas académicos interprofissionais», que evolua de uma formação em instituições isoladas para a «formação em redes, alianças e consórcios de instituições/ faculdades/escolas, intencionalmente organizadas para garantir a formação de profissionais de saúde que terão de trabalhar em equipa».
Durante a sessão solene, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, reafirmou – já o fizera publicamente há dois anos, aquando da X Conferência da Rede Global dos Centros Colaboradores da OMS para Enfermagem e Obstetrícia – que a ESEnfC deve obter o estatuto de ensino universitário, justificando que tal transformação «é útil para a cidade e útil para o país».
Muitos agradecimentos e reconhecimentos foram endereçados pela Presidente da ESEnfC, Maria da Conceição Bento, a algumas centenas de profissionais que fizeram e fazem parte da história da instituição, mas também às entidades parceiras ou que com ela colaboram.
O programa evocativo dos 135 anos da ESEnfC compreendeu, no dia 22 de outubro, a atuação do Grupo Coral da ESEnfC, a entrega das insígnias da ESEnfC aos ex-alunos (da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e das anteriores escolas superiores de Enfermagem, Dr. Ângelo da Fonseca e de Bissaya Barreto) e a oferta da medalha comemorativa dos 135 anos.
Foi, ainda, inaugurada, também no Convento de São Francisco, a exposição “135 anos de Ensino de Enfermagem em Coimbra”, que conta com a curadoria de Cristina Nogueira (CulturAge).
Seguiu-se o espetáculo comemorativo dos 135 anos da ESEnfC, com atuações do coletivo feminino Segue-me à Capela, do Coro e do Grupo de Fados dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra.
Na véspera, realizou-se uma Gala de Ópera de Mozart a Verdi, pela Orquestra Clássica do Centro, com as participações vocais de Marina Pacheco (soprano) e de José Corvelo (barítono) e a direção do maestro José Eduardo Gomes.
As comemorações dos 135 anos da ESEnfC no Centro de Convenções do Convento de São Francisco beneficiaram da coorganização da Câmara Municipal de Coimbra.
