A professora Cidalina da Conceição Ferreira de Abreu prestou provas de doutoramento em Psicologia (especialidade em Psicologia da Educação), tendo sido aprovada com distinção e louvor, ao defender, a 7 de dezembro de 2015, na Universidade de Coimbra, a tese “A perceção dos enfermeiros relacionada com o erro na prática clínica: implicações para o planeamento de cuidados e para a formação”.
No âmbito deste estudo, desenvolvido em 17 hospitais da zona Centro do país, e no qual colaboraram 1165 enfermeiros (33,53% daqueles a quem foram distribuídos questionários), a investigadora da ESEnfC constatou que urge mudar a forma de encarar os erros associados às práticas de Enfermagem, defendendo que esta temática deverá figurar nos currículos da oferta formativa.
Para Cidalina Abreu, é necessário que os profissionais, e até mesmo os estudantes, «desenvolvam competências psicossociais na gestão do erro clínico», desde o 1º ciclo de estudos (licenciatura) e numa perspetiva de formação ao longo da vida.
De acordo com os resultados obtidos no trabalho da professora da ESEnfC, desenvolvido entre 2008 e 2015, «a emoção mais frequente» experienciada pelos enfermeiros, relativamente às consequências do erro na prática clínica, «foi a raiva, seguida da culpa». Os erros mais reportados situaram-se ao nível da categoria “Administração Segura de Medicação” (63,95%).
Quanto às causas percebidas do erro pelos enfermeiros, «evidenciaram com mais frequência o facto de terem decidido com demasiada rapidez relativamente aos procedimentos a efetuar ao doente», mas também «o facto de se encontrarem desatentos», ou «de efetuarem uma avaliação errónea da situação do doente», afirma Cidalina Abreu.
Já no que toca a fatores do contexto profissional que levaram à ocorrência do erro, «os profissionais inquiridos salientaram o ambiente stressante da enfermaria», continua a docente da ESEnfC.
Cidalina Abreu defende a «necessidade de se obter uma cultura de segurança» que remeta para a mudança do «paradigma tradicional centrado na punição» para «uma cultura mais aberta e de aprendizagem face ao erro comedido».
A tese de doutoramento da professora Cidalina Abreu foi orientada pela professora doutora Maria Paula Barbas Albuquerque Paixão e pelo professor doutor Manuel Alves Rodrigues.