A enfermeira Andreia Manuela Duarte de Andrade, que exerce funções no Instituto Português de Oncologia de Coimbra (IPOCFG), defendeu, recentemente, na ESEnfC, a primeira dissertação de mestrado em Enfermagem de Saúde do Idoso e Geriatria.
| “Cuidar na agonia: a experiência dos enfermeiros perante o idoso oncológico em fase agónica” foi o título da dissertação, que teve por base uma investigação realizada nos serviços de internamento de Cuidados Paliativos e Radioterapia/Medicina do IPOCFG, de onde foram entrevistados 12 enfermeiros.
Designadas para júri do ato público da defesa da dissertação foram as professoras Maria de Lurdes Ferreira de Almeida (presidente), Susana Filomena Cardoso Duarte (orientadora de mestrado), Ana Isabel Fernandes Querido (co-orientadora) e Maria Manuela Amorim Cerqueira. Colocámos duas questões à enfermeira Andreia Andrade (na foto). |
Quais as principais conclusões/resultados do estudo que realizou?
No processo de cuidar na fase agónica identificam-se duas áreas de atuação dos enfermeiros: os cuidados dirigidos ao doente e os cuidados dirigidos à família, onde a família é encarada simultaneamente como parceira e objeto de cuidados. Os cuidados nesta fase são repensados tendo em vista os aspetos relacionados com o cuidar, com ênfase no conforto físico, emocional e psicológico do doente. O processo de cuidar nesta fase é influenciado por fatores inerentes à própria relação que se estabelece entre o prestador de cuidados e o objeto de cuidados, por fatores inerentes à organização onde decorre este processo e pela equipa de saúde. Deste processo ocorre o estabelecimento de laços com o doente/família que podem fazer emergir sentimentos positivos e negativos, que influenciam não só a sua atividade profissional, mas também as suas vivências quotidianas e familiares.
Que contributo representa este trabalho para a prática profissional dos enfermeiros?
O contributo desta investigação centra-se no papel do enfermeiro como promotor de conforto na fase final de vida. O presente estudo contribuiu para um conhecimento mais profundo da experiência dos enfermeiros nos cuidados nesta fase, bem como para promover a reflexão sobre os cuidados que os enfermeiros prestam na fase agónica, a partir da qual se pode planear estratégias que contribuam para cuidados de enfermagem cada vez mais eficazes na busca do seu objetivo final: a qualidade de vida e uma morte digna.
