A professora Maria Neto da Cruz Leitão prestou, no dia 26 de setembro, provas de doutoramento em Enfermagem, na Universidade Católica Portuguesa (em Lisboa), tendo sido aprovada (com a nota "summa cum laude" por unanimidade) ao defender a tese “Mulheres sobreviventes de violência exercida por parceiros íntimos (VPI): Uma transição sensível a cuidados de Enfermagem”.
De acordo com o estudo da docente da ESEnfC, que procurou identificar e compreender os processos de transição vividos pelas mulheres que conseguiram ultrapassar aquele tipo de violência – a análise centrou-se em narrativas de 28 vítimas de opressão e de abuso pelos companheiros –, «a maioria das mulheres não preparou a transição e viveu situações de tanta ou mais VPI após a saída da relação, o que aumentou a sua vulnerabilidade». «Esta transição situacional foi um processo sequencial demorado, desenvolvido em espiral e com diferentes ritmos. Foi atravessada por questões de género, (auto)silenciamento, esperança, sofrimento e um adoecer continuado e cumulativo que ultrapassou o fim da VPI», lê-se no resumo da tese da professora Maria Neto. |
Ainda segundo a investigadora da ESEnfC, «muitos dos fatores identificados são sensíveis a cuidados de Enfermagem e apelam a intervenções centradas na mulher e no ambiente».
A professora Maria Neto recomenda que «as terapias de Enfermagem devem incidir na quebra do silêncio, na avaliação da prontidão para a mudança e na preparação da transição».
O júri das provas de doutoramento da professora Maria Neto foi composto por Manuel Braga da Cruz (reitor da Universidade Católica Portuguesa), Alexandre Castro Caldas (diretor do Instituto de Ciências da Saúde – UCP), Célia Samarina Vilaça de Brito Santos (Escola Superior de Enfermagem do Porto), António Neves Pires de Sousa Uva (Escola Nacional de Saúde Pública) e Margarida Maria da Silva Vieira (UCP), simultaneamente orientadora.