O Pavilhão Multidesportos Dr. Mário Mexia, em Coimbra, encheu-se, no dia 16 de julho, de familiares e amigos dos finalistas da ESEnfC que terminaram a graduação e fizeram juramento.
Na sessão solene, além das palavras de felicitações e de encorajamento, também alguma inquietação marcou o discurso da vice-presidente da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC).
A professora Aida Mendes, que sublinhou o facto de a formação dos enfermeiros portugueses, e a dos da ESEnfC em particular, ser «internacionalmente reconhecida como de excelência», com as agências de recrutamento a privilegiarem-nos, não deixou de refletir sobre «se a despesa» com a formação dos novos enfermeiros «não deveria beneficiar, em primeira linha, o país e os contribuintes que a financiaram». |
Notou a vice-presidente da ESEnfC que «a existência de necessidades de cuidados não é sinónimo de empregabilidade no Serviço Nacional de Saúde». E recordou a estatística da OCDE (2010) sobre a média de enfermeiros por milhar de habitantes em Portugal (5,7), em contraponto com a de outros países europeus: 15,47 na Finlândia, 14,92 na Suíça, ou 9,67 no Reino Unido. Números que indicam «a possibilidade da existência de necessidade de cuidados não completamente satisfeita», realçou.
Para a professora Aida Mendes, «mais do que nunca, ter uma boa formação académica que capacite para o exercício profissional, e também com os recursos necessários para a autonomia, o empreendedorismo e a inovação, é fundamental para um desenvolvimento profissional bem-sucedido».
E foi isso que o projeto educativo da ESEnfC procurou oferecer aos novos diplomados, permitindo «a transformação necessária» para fazerem face «aos desafios que terão de enfrentar». Uma ESEnfC que, notou, ainda, a professora Aida Mendes, assume o compromisso de continuar a apoiar os novos enfermeiros «na progressão da aprendizagem».
«O conhecimento está em constante progresso. O exercício continuado da profissão tão necessário para se adquirir destreza e sentido clínico aguçado, não pode ser desacompanhado do estudo e da reflexão continuada», afirmou a vice-presidente da ESEnfC.