A idade, os hábitos tabágicos e a obesidade podem ser razões para recusar tratamentos dispendiosos? Podem os enfermeiros prescrever medicação, ou seguir uma gravidez?
Estas foram algumas das questões que suscitaram discussão num painel-debate sobre a “Enfermagem na Europa”, realizado na ESEnfC, no dia 29 de abril, no âmbito de mais uma Semana de Enfermagem Transcultural. Sobre estas matérias, que trouxeram a Coimbra professores convidados da Bélgica (Karla Van Laer e Luc Schalenbourg) e da Suécia (Eva Berndin e Boel Hovde), foi possível escutar a professora Ananda Fernandes dizer, em jeito de conclusão, que «não há preto, nem branco». |
Na base das escolhas a tomar sobre o desenvolvimento dos cuidados há, antes, «decisões éticas e políticas», notou a docente da ESEnfC, ao defender que caberá ao profissional de saúde fazer «o melhor que puder» em função dos contextos e dos recursos disponíveis.
A perspetiva transcultural de alguns sistemas e cuidados de saúde europeus foi o tema que, de 26 a 29 de abril, reuniu os estudantes do 4º ano de licenciatura da ESEnfC.
Os finalistas de Enfermagem puderam estudar casos ilustrativos de diversos modos de abordar o nascimento, a saúde da mãe e da criança, a terceira idade, ou a doença mental.
As “Infeções hospitalares na Bélgica”, os “Cuidados ao idoso na Suécia”, o “Parto e a amamentação em Portugal”, “A gravidez e o nascimento na Noruega” e os “Cuidados de saúde mental na Bélgica” foram alguns casos que os alunos analisaram.
A Semana de Enfermagem Transcultural enquadra-se no seminário “Cultural Awareness in Nursing”, que é lecionado em instituições de ensino superior europeias, como resultado de um projeto feito em parceria com universidades e politécnicos de Lund (Suécia), Bergen (Noruega), Hasselt (Bélgica) e Eindhoven (Holanda).
Pretende-se que os futuros profissionais de saúde possam aumentar as suas competências para prestarem cuidados de enfermagem culturalmente congruentes, bem como melhorar o seu potencial para exercerem enfermagem além-fronteiras.