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Fecundidade: imperativo biológico ou resposta social?

As contradições da fecundidade contemporânea constituíram o tema da comunicação da socióloga Vanessa Cunha (investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), proferida, ontem, no I Congresso Internacional de Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia, que reúne cerca de 250 participantes na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) – Pólo B.

 

A investigadora, que procurou interpretar a baixa fecundidade da sociedade portuguesa, falou da contradição entre a liberdade de escolha (de quando ter os filhos) e a pressão para corresponder ao modelo social dominante, que quase obriga ao adiamento da primeira gravidez.

Até que ponto ter um filho é um imperativo biológico ou uma resposta social foi, também, uma questão lançada pelo médico Vasco Prazeres, da Divisão de Informação, Comunicação e Educação para a Saúde da Direcção-Geral da Saúde, que observou que os homens também têm necessidades específicas de falarem na sua reprodução, não obstante as pessoas quase porem em dúvida a masculinidade dos “homens cuidadores”.

E por que razão no inquérito nacional de saúde os homens não podem responder às questões de contracepção e de reprodução? Esta foi outra questão colocada pelo médico, cuja comunicação se subordinou ao tema “É verdade! Os homens também se reproduzem”.

No mesmo painel discursou, ainda, a directora do Serviço de Genética Médica e Reprodução Humana dos Hospitais da Universidade de Coimbra, doutora Teresa Almeida Santos.

De acordo com Teresa Almeida Santos, o declínio da fecundidade dos casais pode ser contrariado por técnicas que já estão disponíveis, sendo que também é possível prevenir a ameaça à fecundidade entre os doentes oncológicos, que devem ter conhecimento dessa realidade. Depois de tratar, é preciso pensar no que vem a seguir, afirmou a médica dos HUC.

A construção de um “plano de parto”, a preparação para o nascimento do bebé (e a transição para a parentalidade) e o papel dos afectos constituem algumas das questões emergentes nas práticas obstétricas em vários países que estão a ser abordadas neste congresso.

No encontro estão a ser apresentados projectos implementados na área de Enfermagem Obstétrica, quer a nível nacional, quer em Espanha ou no Brasil, que promovem e evidenciam a autonomia e o papel do Enfermeiro Obstetra nos cuidados de saúde ao casal e família.

No âmbito deste Congresso, realiza-se, esta tarde, o I Encontro de Obstetrícia para Pais e Avós.

Octávio Vargens, professor de Enfermagem Materno-Infantil no Rio de Janeiro, vai falar do “parto natural”, enquanto que Jaime Robert, médico obstetra e presidente da Fundação de Haptonomia em Espanha, vai falar do contacto psico-táctil com o feto por meio de toques com as mãos no ventre da mãe.

A criopreservação, seja do cordão umbilical, seja de células hematopoiéticas, é um tema que também está hoje em destaque.


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