O Chief Nursing Officer da Direcção-Geral de Saúde, enfermeiro Sérgio Gomes, afirmou, no início do mês, que o «valor profissional» dos enfermeiros «não tem sido ainda demonstrado» e que a classe não deve descurar a conjuntura (de oportunidades), devendo «ser no comboio um elemento ligado ou próximo da locomotiva».
O conselheiro especializado em enfermagem do actual governo, que interveio nas Jornadas de Enfermagem Médico-Cirúrgica, que se realizaram de 4 a 6 de Março na ESEnfC, sustentou que os enfermeiros têm a «obrigação moral, ética e social» de dar «aquilo a que, do ponto de vista da saúde, todos os cidadãos têm direito». E sublinhou que as Unidades de Cuidados na Comunidade são uma oportunidade para isso.
Por outro lado, para o enfermeiro Sérgio Gomes, «a crise económico-financeira vai ter reflexos na saúde e é preciso os enfermeiros estarem presentes» nesse processo.
O Chief Nursing Officer considera, também, importante «produzir evidência sobre o impacto das intervenções feitas pelos enfermeiros». Possuir mais informação pode potenciar a acção dos enfermeiros, salientou.
Para o Chief Nursing Officer, que proferiu a conferência “Contextos de Saúde e a Prática Especializada”, entre outras características, o enfermeiro do futuro tem de ter iniciativa, criatividade, coragem para assumir riscos, saber criar empatia e gerir emoções.
Na manhã do dia 6, na mesa-redonda “O Doente em Estado Crítico na Urgência: Da admissão à Alta, a Continuidade dos Cuidados”, intervieram, ainda, o presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal, professor Duarte Nuno Vieira, o enfermeiro do Serviço de Urgência dos Hospitais da Universidade de Coimbra, António Costa, a enfermeira do Serviço de Urgência do Hospital de Abrantes, Piedade Pinto, e o presidente da Associação Portuguesa de Bioética, professor Rui Nunes.
Ultrapassaram as cinco centenas os enfermeiros e estudantes de Enfermagem que se inscreveram nas Jornadas de Enfermagem Médico-Cirúrgica “Cuidar a Pessoa em Estado Crítico: da Avaliação à Intervenção Especializada”.