A coordenadora do Movimento Vencer e Viver do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Dra. Lassalette Bastos, exortou, esta tarde, os enfermeiros a ajudarem as organizações que prestam apoio aos doentes oncológicos, partilhando com elas os espaços hospitalares.
Depois de relatar a sua experiência pessoal enquanto ex-doente e de falar dos sentimentos que se seguiram ao momento em que recebeu a notícia – primeiro a incredulidade e depois o medo –, a Dra. Lassalette Bastos salientou que uma mulher que passou pelo mesmo problema e que venceu o cancro consegue mais facilmente confortar uma paciente do que outra pessoa qualquer.
Segundo esclareceu, ao intervir nas Jornadas de Enfermagem Médico-Cirúrgica “Cuidar a Pessoa em Estado Crítico: da Avaliação à Intervenção Especializada”, que decorrem na ESEnfC, o papel de associações como o Movimento Vencer e Viver não é meter-se no trabalho dos enfermeiros, mas ajudar a mulher com cancro na mama.
A Dra. Lassalette Bastos, que proferiu a comunicação "O que senti - discurso na primeira pessoa", enalteceu, ainda, a postura dos enfermeiros que lidam com os doentes oncológicos, dizendo que «saber ser e saber estar [com o doente] é muito importante».
«Naquelas longas horas de quimioterapia eu queria ver sempre a pessoa certa: a bengala da minha segurança», afirmou ao recordar a enfermeira que a acompanhou, com quem, pelo menos uma vez por ano, ainda se encontra.
«O enfermeiro partilha muito mais estes momentos com o doente do que o próprio médico», observou, enquanto sublinhava as relações de amizade, de partilha e de grande cumplicidade que se estabelecem entre ambos.