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A professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Joana Fabião, prestou provas de doutoramento em Ciências de Enfermagem, no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, no passado dia 26 de Fevereiro, tendo sido aprovada ao defender a dissertação “Mães Adolescentes: Percursos de Vida”. Foram arguentes as professoras Isabel Margarida Mendes (ESEnfC), Isabel Dias (Universidade do Porto) Arminda Costa (ICBAS), Manuela Martins (Escola Superior de Enfermagem do Porto) e Constança Paul (ICBAS), presidente do júri. |
Tendo como tema principal a maternidade de mães adolescentes, a investigação da professora doutora Joana Fabião subdividiu-se em quatro estudos.
Num primeiro momento, a professora da ESEnfC analisou as vivências de um conjunto de mães adolescentes, para perceber quais os actores sociais que para elas assumiam papel de relevo, quer na prevenção da maternidade “precoce”, quer no apoio que lhes davam enquanto mães. Para essas jovens, o primeiro grupo na hierarquia da rede social é a família, seguido da escola (professores e pares) e dos profissionais de saúde.
Numa outra fase, a professora Joana Fabião acompanhou três jovens do distrito de Coimbra – de 15, 17 e 19 anos de idade (cada uma com sua história de vida) – e respectivas famílias, desde a gravidez, ao parto e até o bebé completar 1 ano de idade.
Apesar de contextos de vida e de relações familiares diferentes, para estas jovens ter um filho foi um acontecimento muito positivo. Elas mostraram-se satisfeitas por conseguirem dar e receber afecto e por assumirem um estatuto social que não tinham anteriormente.
Noutros dois momentos da investigação, a professora Joana Fabião analisou o papel dos professores de adolescentes grávidas ou mães e dos profissionais de saúde que lhes dão assistência.
Quanto a conclusões deste grande estudo, a professora Joana Fabião salienta que mais importante do que trabalhar com estas jovens é «trabalhar a montante», com as famílias que contemplem no seu projecto de vida a existência de filhos, e com as escolas (formação de professores).
Os professores estudados (ensino básico e secundário) pela investigadora da ESEnfC revelaram alguma dificuldade em abordar a temática com os restantes estudantes da turma e em comunicar com os pais dessas jovens grávidas. Sentiram, ainda, necessidade de investir em formação para darem cumprimento ao programa de educação sexual.
Segundo a professora Joana Fabião, muitas vezes «os professores demitem-se e os pais omitem-se» das questões da sexualidade. O que pode reflectir-se em mais doenças e em mais gravidezes precoces.
É por isso que a professora da ESEnfC defende maior empenho ao nível da prevenção destas situações e a elaboração de programas de intervenção em saúde que envolvam um trabalho em rede, com jovens, professores e famílias.
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