A Enfermagem é a força de trabalho maioritária em todos os sistemas de saúde, de todo o mundo. O seu saber e trabalho é essencial para a promoção e recuperação da saúde de todas as pessoas, desde o nascimento até à sua morte.
Os estudos realizados em todo o mundo mostram que a enfermagem é uma profissão de risco relacionado com a exposição a fatores sociais e ambientais que podem ameaçar a sua saúde, apesar de esta realidade não ser reconhecida em muitos países.
Em momento de grande exigência como o que agora o mundo atravessa, o valor social da Enfermagem é posto em evidência; mas, também, é posto em evidência como muitos enfermeiros exercem a sua atividade em condições inadequadas e de risco para a sua própria saúde e vida.
Neste momento, o enfrentamento da pandemia da COVID-19 que assola o mundo fez emergir a tensão existente entre a necessidade do cuidado de Enfermagem e o (des)valor social atribuído aos profissionais de Enfermagem. Mesmo sem os recursos materiais e com sobrecarga de trabalho e baixos salários, os enfermeiros, enquanto salvam vidas, são vítimas da infeção somando já milhares de profissionais doentes e mortos em todo o mundo.
Em conformidade com a evidência da investigação e com a observação social, os enfermeiros de Portugal, do Brasil, Espanha, Chile, Colômbia, reunidos em plataforma digital, a partir de Coimbra, Portugal, no 2nd International Congress of Occupational Health Nursing (2º Congresso Internacional de Enfermagem de Saúde Ocupacional), alertam para a necessidade de que toda a comunidade reconheça o valor da Enfermagem, e que as instituições empregadoras nos ofereçam adequadas condições de trabalho: Equipamentos de Proteção Individual (EPI) apropriados, ambientes de trabalho saudáveis e seguros e justa remuneração.
Manifestam, ainda, que os órgãos governamentais os incluam como participantes, com voz e voto, nos órgãos decisórios de formulação de agendas e políticas relacionadas com a saúde dos trabalhadores.
26 de junho de 2020