Há 12 anos que a Unidade Cientifico Pedagógica de Enfermagem de Saúde Publica, Familiar e Comunitária da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra comemora o Dia Internacional da Família associando-se, em cada ano, ao tema proposto pela ONU, sendo este ano: Famílias em desenvolvimento: Copenhague e Beijing + 25
Os constrangimentos impostos pela pandemia COVID-19 não nos permitem uma partilha presencial, contudo, não queremos deixar de celebrar, associando-nos ao tema que enfoca um dos programas em desenvolvimento no Plano Estratégico 2020-2024 da ESEnfC “Programa de divulgação e intervenção centrado nos objetivos do desenvolvimento sustentável” - Eixo estratégico: Educação.
A pandemia de 2020 provocada pela COVID-19 veio reforçar a importância de investir em políticas sociais e de saúde que protejam as famílias, uma vez que são elas que suportam o peso da crise, protegendo os seus membros, nomeadamente as crianças, os idosos e as pessoas com deficiência. A pressão económica que se vivencia vem dar ênfase à pobreza, à incerteza e ao stress potenciando o aumento do risco de violência contra mulheres e crianças.
Este ano celebra-se o 25º aniversário das Declarações Mundiais para o Desenvolvimento Social e sobre a Defesa dos Direitos Humanos e Igualdade entre Homens e Mulheres, Desenvolvimento e Paz resultantes das conferências mundiais de Copenhague e de Beijing, respetivamente, realizadas em 1995 (ONU, 2020).
A mensagem de Copenhague já evidenciava a necessidade dos esforços contínuos para reduzir e eliminar as principais fontes de sofrimento social e instabilidade da família e da sociedade. A Declaração de Beijing reforça-a, avançando com a importância do empoderamento da mulher e a sua titularidade nos direitos humanos universais, evidenciando ainda, os direitos das meninas e a responsabilidade da família pela sua educação, especialmente em relação à sexualidade (WHO, 1995).
A família é, por isso, considerada como unidade básica da sociedade, sendo reconhecida como imprescindível no papel que desempenha no desenvolvimento social e na responsabilidade que lhe cabe em relação aos seus membros mais vulneráveis, nomeadamente das crianças, idosos e pessoas com deficiência, nos diferentes sistemas culturais, políticos e sociais existentes nas várias formas de família.
A relevância das políticas de apoio à família orientadas para a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente aquelas relacionadas com a pobreza, a saúde e bem-estar, a educação e a igualdade de género são o centro de interesse deste ano do Dia Internacional da Família (ONU, 2020).
A família é uma unidade de cuidados onde o foco na saúde se direciona hoje para as áreas de redução da pobreza e fome, violência de género e idade, desigualdades de género nos cuidados, responsabilidades domésticas e equilíbrio trabalho-família.
Espera-se que a celebração deste Dia Internacional da Família nos lembre da importância que têm os objetivos de Copenhague, de Beijing e do Desenvolvimento Sustentável e que estes sejam catalisadores para integrar a perspetiva da família na elaboração de políticas sociais e da saúde, sendo imperativo que respondam efetivamente aos inúmeros desafios enfrentados hoje, num mundo em rápida mudança pela crise social e de saúde global sem precedentes.
A todas as famílias desejamos que este dia seja fortalecedor dos seus laços afetivos e que em família se consigam gerir os momentos de tensão, facilitando às crianças e aos idosos a revigoração da estabilidade, da confiança e da segurança que têm sido alvo dos desequilíbrios na gestão da exposição aos riscos ambientais a que todos estamos sujeitos.