O recurso a acessos venosos durante a prática clínica dos enfermeiros e outros profissionais de saúde é uma necessidade diária nos contextos de saúde, para administração de terapêutica intravenosa, recolha de sangue ou realização de exames complementares de diagnóstico, à pessoa que poderá necessitar de cuidados de saúde.
Os cateteres venosos disponíveis no mercado, para a prestação de cuidados a pessoas, apresentam diversidade em termos de cumprimento, calibre, técnica de inserção e cuidados de manutenção. Apesar de os cateteres venosos periféricos (CVP), serem um dos dispositivos médicos mais frequentemente utilizados nos serviços de saúde, nem sempre dão resposta às necessidades da pessoa, conduzindo à necessidade de inserção de cateteres venosos centrais (CVC), com os riscos de complicações que têm associados.
A formação contínua dos enfermeiros na área dos acessos venosos é essencial, no sentido de alinhar práticas clínicas de acordo com a melhor evidência científica, para treino e desenvolvimento de competências, nomeadamente quando ficam disponíveis novas tecnologias, que poderão auxiliar na prestação de cuidados.
A existência de tipologia de cateteres mais recentemente colocados no mercado, como os cateteres centrais de inserção periférica (PICCs) ou os Midlines, poderão ser alternativas muito mais vantajosas para a pessoa e com menores riscos de complicações que os CVP, necessitando, contudo, de formação dos profissionais que poderão efetuar a sua inserção e manutenção.
Relativamente aos PICCs, apesar de ser um cateter central, os enfermeiros poderão realizar a sua inserção e inerentemente realizar os cuidados de manutenção, pois segundo o Parecer do Conselho de Enfermagem n.º 29 de 2020 “a introdução do PICC pode ser realizada por enfermeiros que possuam formação acreditada que lhes permita realizar este procedimento dentro de um processo normalizado a nível institucional” (Ordem do Enfermeiros, 2020,p.5).
Neste contexto, a ESEnfC em parceria com a BD e a Associação Portuguesa de acessos Vasculares (APoAVa), propõe a realização de cursos de formação na área dos acesos venosos, entre eles sobre PICCs, que poderão ser dirigidos a enfermeiros e outros profissionais de saúde, no sentido de poder contribuir para o desenvolvimento de competências e a certificação das mesmas, de forma a contribuir para melhorar a qualidade e segurança dos cuidados neste âmbito.
Os profissionais de saúde, que cuidam da pessoa com acesso venoso, necessitam de efetuar uma avaliação cuidada da mesma, no sentido de selecionar o cateter mais adequado, considerando as suas características individuais, preferências pessoais e a capacidade de autocuidado, efetuar a sua inserção com auxílio da ecografia, a sua manutenção e ensino à pessoa com o mesmo. Pretende-se acima de tudo, prestar cuidados centrados na pessoa e seguros, preservando o seu património venoso.
· Conhecer os princípios básicos da ecografia para acessos venosos no membro superior;
· Identificar as estruturas anatómicas do membro superior através de ultrassom;
· Conhecer as indicações específicas dos diferentes dispositivos de acesso venoso e organigramas de decisão;
· Adquirir habilidades para a inserção do cateter PICC com a técnica de seldinger modificada ou de Midlines;
· Adquirir conhecimentos e habilidades técnicas para a manutenção dos diferentes tipos de cateteres venosos.
I – Cuidados durante o processo de inserção do PICC
a) A avaliação da pessoa com necessidade de acesso venoso. História de saúde e de experiência com acessos venosos.
b) Anatomia vascular dos membros superiores.
c) O envolvimento da pessoa com necessidade de inserção de acesso venoso.
II – Algoritmos de decisão e técnica de punção ecoguiada
a) Tipos de dispositivos de acesso venoso e tomada de decisão, adequada às necessidades da pessoa.
b) Técnicas de inserção: Técnica de seldinger modificada e técnica de seldinger acelerada.
c) Interpretação do raio-X de toráx para verificação do posicionamento do cateter. Sistema de navegação e confirmação de ponta mediante ECG.
III – Cuidados à pessoa após a inserção do PICC
a) Manutenção e cuidados para a prevenção de complicações. Capacitação para a promoção do autocuidado.
b) Complicações associadas ao PICC.
IV – Importância das equipas de acessos vasculares
V – Prática de Inserção de PICC
VI – Avaliação
Datas/Horário:
22/11/2023, das 15h às 18h (online)
23/11/2023, das 09h às 18h (presencial)
Curso em formato híbrido:
Online, via zoom
Presencial, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Pólo C
UICISA: E (Sala de Conferências)
Número de horas totais do Curso: 14 horas, a que corresponde 0,5 ECTS
Número de horas Teóricas: 3
Número de horas Teórico Práticas: 8
Número de horas de Trabalho Autónomo: 2
Número de horas para avaliação: 1
Enfermeiros e Médicos
N.º de formandos/vagas: 12 por edição
Critérios de seleção:
1º - Enfermeiros das seguintes Instituições:
- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC);
- Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil, E.P.E. (IPOCFG);
- Hospital Distrital da Figueira da Foz, E.P.E. (HDFF);
- Hospital Arcebispo João Crisóstomo (HAJC);
- Administração Regional de Saúde do Centro, IP (ARSC).
2º - Experiência em UCI, Hemodiálise, Medicina ou outros, com necessidades de PICC;
3º - Ordem de inscrição.
Docentes e Assistentes Convidados da ESEnfC
Anabela Salgueiro;
Filipe Santos;
João Graveto;
Paulo Costa;
Pedro Parreira.
Consultores externos com experiência em PICCs e/ou na área de acessos vasculares
Andreia Peña;
Rafael Bernardes;
Rúben Fidalgo.
Metodologias de formação:
Na sessão teórica, será utilizada numa primeira parte a metodologia expositiva para apresentação dos conteúdos tendo como suporte, uma apresentação digital, mas com recurso na fase seguinte, à técnica activa/participativa, permitindo o envolvimento dos formandos no processo de ensino/aprendizagem.
Na vertente prática serão utilizadas diferentes técnicas: práticas de ecografia em voluntários saudáveis, para treino na visualização e seleção de veias; práticas de inserção de PICC guiadas por ultrassons em simuladores.
Metodologias de Avaliação:
Teste de escolha múltipla, realizado online, para avaliação da vertente teórica.
Avaliação formativa durante a vertente prática.
Certificado passado pela ESEnfC, mediante registo de assiduidade igual ou superior a 70% das horas de contacto e com aproveitamento na avaliação a realizar (igual ou superior a 50%).
No caso de sessões online, e para efeitos de validação de presença, os formandos, ao entrar na sala da sessão, deverão identificar-se no chat escrevendo o seu nome completo.
Deverão ainda garantir que se encontram identificados com nome completo na sessão e que entram na mesma com o email utilizado na inscrição.
Galen B, Baron S, Young S, et al. (2022). Reducing peripherally inserted central catheters and midline catheters by training nurses in ultrasound-guided peripheral intravenous catheter placement BMJ Quality & Safety, 29(3), 245- http://dx.doi.org/10.1136/bmjqs-2019-009923
Brescia, F., Pittiruti, M., Spencer, T., Dawson, R. (2022). The SIP protocol update: Eight strategies, incorporating Rapid Peripheral Vein Assessment (RaPeVA), to minimize complications associated with peripherally inserted central catheter insertion. Journal of Vascular Access. https://doi.org/10.1177/11297298221099838
Salgueiro-Oliveira, A., Bernardes, R. A., Adriano, D., Serambeque, B., Santos-Costa, P., Sousa, L. B., Gama, F., et al. (2021). Peripherally Inserted Central Catheter Placement in a Cardiology Ward: A Focus Group Study of Nurses’ Perspectives. International Journal of Environmental Research and Public Health, 18(14), 7618. http://dx.doi.org/10.3390/ijerph18147618
Ray-Barruel G, Horowitz J, McLaughlin E, Flanders S, Chopra V (2022) Barriers and facilitators for implementing peripherally inserted central catheter (PICC) appropriateness guidelines: A longitudinal survey study from 34 Michigan hospitals. PLoS ONE 17(11): e0277302. doi:10.1371/journal.pone.0277302
Krein SL, Harrod M, Weston LE, et al (2021). Comparing peripherally inserted central catheter-related practices across hospitals with different insertion models: a multisite qualitative study BMJ Quality & Safety, 30(8), 628-638. http://dx.doi.org/10.1136/bmjqs-2020-011987
Os/as interessados/as na frequência deste curso deverão estar registados online, possuindo credenciais de acesso à Pasta Académica da ESEnfC como utilizador/a externo/a.
Caso não possuam ainda esse registo, deverão fazê-lo aqui.
Após registo deverão autenticar-se (com login e password) na Pasta Académica da ESEnfC.
Seguidamente, deverão selecionar o separador "Ensinos/Formação", depois "Cursos de Curta Duração", selecionar o curso pretendido, entrar no separador "Inscrições", preencher os campos solicitados e "Enviar Inscrição".
Para eventuais esclarecimentos poderão os/as interessados/as solicitar informações para o e-mail ccd@esenfc.pt
A ESEnfC informa que poderá captar imagens de fotografia e/ou vídeo, para efeitos de divulgação da Formação.
Política de privacidade e tratamento de dados pessoais da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra disponível AQUI
Todas as inscrições recebidas, referentes aos itens "Enfermeiros" e "Médicos", estão sujeitas à confirmação deste estatuto/identificação da entidade de afiliação, pelo Secretariado do Curso, para efeitos do cumprimento do 1º critério de seleção.
Desta forma, o pagamento do valor do curso apenas deverá ser efetuado após receção de informação em como a inscrição cumpre os mencionados critérios.
As inscrições só serão consideradas formalmente admitidas ao Curso mediante pagamento do mesmo, até ao prazo estipulado, e envio do comprovativo para o email ccd@esenfc.pt, com indicação do nome do inscrito.
Valor do Curso a suportar pelo formando: 37,50€ na edição atual
O preço do curso é de 75€ e terá um apoio de 50% do PRR - Projeto Living the Future Academy - na forma de bolsa, em consonância com a tipologia de bolsas prevista no Regulamento para Atribuição de Incentivos à Capacitação de Jovens e Adultos no Âmbito do Projeto Living the Future Academy
A desistência, após efetivação da inscrição, implica o pagamento da totalidade do curso pelo formando.
Os eventuais benefícios financeiros que venham a ser atribuídos no âmbito do PRR, estão condicionados aos candidatos detentores de NIF português e residência em Portugal, à data da realização do curso.
Perde o direito ao incentivo o formando que não obtenha aprovação por ausência de frequência da formação (n.º 2 do artigo 5.º do Regulamento n.º 1126/2022).
(informações para pagamento do Curso e admissão no separador "Pagamentos")