Workshop
História da sífilis e sua relação com a enfermagem de saúde pública na primeira metade do século XX
Os estudos sobre infeções sexualmente transmissíveis (IST) permitem compreender as condições de saúde das populações relativamente ao seu contexto social. A OMS estima em cerca de um milhão as novas IST diárias no mundo - incluindo curáveis, como a clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase. A sífilis tem peculiaridades que justificam o estudo do seu caráter epidémico desde o século XV. Atualmente, estima-se 5,8 milhões de novas infeções anuais por sífilis (WHO, 2020). A Agenda 2030 tem como meta a redução da sífilis congénita para 0,5 casos por 100 mil nados vivos até 2030 (WHO, 2016).
Os estudos sobre a história da sífilis nem sempre consideram as profissões técnicas e científicas (em especial a enfermagem) que atravessaram a História no cuidado às populações atingidas.
Porém, a implantação de instituições e a formulação de políticas públicas de educação e saúde no século XX guardam importantes informações sobre esse historial.
Neste evento temos por objetivo dar a conhecer um projeto multicêntrico que visa reconstituir a história da sífilis e analisar a atuação da enfermagem no cenário da saúde pública, no cuidado às pessoas com sífilis no Brasil, em Portugal e em Espanha, na primeira metade do século XX. Justifica-se a pesquisa dado que no Brasil, Portugal e Espanha a sífilis foi uma preocupação de saúde constante, tendo os governos mobilizado recursos para a implantação de estratégias de prevenção e tratamento, nomeadamente contratando enfermeiras de saúde pública.
É importante salientar que em Portugal, como em Espanha e no Brasil, a sífilis continua a ter um forte impacto social e económico, sendo necessários estudos para elucidar a sua permanência como epidemia nesses países.
Evento organizado no âmbito do Projeto Estruturante História e Epistemologia da Saúde e Enfermagem inscrito na UICISA: E