A Diabetes Mellitus é hoje uma doença considerada - epidemia global. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou em 2014 mais de 400 milhões de pessoas com diabetes em todo o mundo.
Em 2015, a prevalência estimada de diabetes na população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos (7,7 milhões) foi de 13,3%, representando mais de 1 milhão de indivíduos [1].
Uma das complicações mais graves da diabetes reporta-se a alterações neuropáticas, vasculares, ortopédicas, infeciosas e funcionais nos pés, comumente denominadas de “Pé Diabético” estimando-se prevalência de 19 a 34% de risco de desenvolver lesões nos pés, cuja a ulceração secundária se constitui na causa mais comum dessas lesões [2,3], considerada como principal precursor de amputação de membros inferiores [4].
Atualmente, não existe um calçado terapêutico que cumpra os requisitos podológicos e biomecânicos, contemplando ainda uma dimensão estética e de design. É neste enquadramento que a ESEnfC constituiu um consórcio através do projecto Science DiabetICC Footwear, integrando a empresa ICC - Indústrias e Comércio de Calçado S.A., a ESEnfC - Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, a Universidade do Minho (através do IPC - Instituto de Polímeros e Compósitos, do 2C2T - Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil e do CF-UM-UP - Centro de Física das Universidades do Minho). Tal consórcio visou o desenvolvimento de um calçado terapêutico para pessoas com diabetes, adequado às necessidades destes cidadãos, visando a prevenção de complicações [5,6,7].
Este calçado terapêutico é composto por um sapato e uma palmilha removível com algumas importantes características distintivas importantes que permitirão alcançar um maior conforto ergonómico e termofisiológico apresentando uma palmilha com revestimento antimicrobianos com a capacidade de monitorar a pressão plantar, temperatura e humidade, aliando ainda componentes estéticos ao seu design.
Referências Bibliográficas
1. International Diabetes Federation. (2022; 10th ed.). www.diabetesatlas.org
2. Uçkay I, Aragón-Sánchez J, Lew D, Lipsky BA (2015). Diabetic foot infections: what have we learned in the last 30 years? International Journal of Infectious Diseases, 40: 81–91.
3. van Netten JJ, Lazzarini PA, Armstrong DG, Bus SA, Fitridge R, Harding K, et al. (2018). Diabetic Foot Australia guideline on footwear for people with diabetes. Journal of Foot and Ankle Research, 15,11(1).
4. Nehring P, Makowski A, Mrozikiewicz-Rakowska B, Sobczyk-Kopcio? A, P?oski R, Karnafel W. (2015). Risk factors of diabetic foot of neuropathic origin in patients with type 2 diabetes. Endokrynol Pol., 66(1):10-4.
5. Healy A, Naemi R, Chockalingam N. (2013). The effectiveness of footwear as an intervention to prevent or to reduce biomechanical risk factors associated with diabetic foot ulceration: A systematic review. Journal of Diabetes and its Complications, 27(4):391–400.
6. Bus SA, Haspels R, Busch-Westbroek TE. (2011). Evaluation and Optimization of Therapeutic Footwear for Neuropathic Diabetic Foot Patients Using In-Shoe Plantar Pressure Analysis. Diabetes Care. 24-34(7):1595–600.
7. Jarl G, Tranberg R, Johansson U, Alnemo J, Lundqvist LO (2020). Predictors of adherence to wearing therapeutic footwear among people with diabetes. Journal of Foot and Ankle Research, 13,13(1).
Âmbito de intervenção: Projeto Science DiabetICC Footwear
Formato PRESENCIAL - 20 de junho de 2023 - Pólo B - Laboratório 1
Workshop 1 | Avaliação clínica do pé diabético | 9h às 10h30
Workshop 2 | Avaliação da pressão plantar em pessoas com diabetes | 11h às 12h30
Formato ONLINE - 21 de junho de 2023 | 14h às 16h
Conferência - “Desenvolvimento de calçado terapêutico inovador para prevenção das úlceras do pé diabético”